terça-feira, 6 de maio de 2008

Rosa Deslumbrante

Para onde vais, rosa deslumbrante?
Se tão perto se cai delirante
o soar trepidante.
Por que transpor o cume alucinante?
Quando podes tão perto e verdejante
ver o amor crescer sem desvario.
Para onde vais, rosa deslumbrante?
Se de climas e terra tão distantes,
te vejo em guarida e vento em ventania?
Aos surdos do trovão bravio,
o amor sem trevas anuncio,
para ver crescer em desalinho
o querer te amar é o meu sonho.
Para onde vais, rosa deslumbrante?
Por que deixas este infeliz em míseros andrajos
de um ser errante,
se te quero mesmo sem sorrires,
pois assim saberei o quanto tua alma foi errante.
Não partas não
rosa deslumbrante
pois te quero mesmo arquejante.
Quem será teu amigo, irmão e camarada?
Quando a negra noite baixar em teu suplício
só eu saberei entender a tua mágoa
e estender meu ombro amigo onde choras.
Não vais não, rosa deslumbrante.
O caminho do exílio é triste e solitário,
que mesmo que pétalas desfolhadas
calcem teus caminhos,
frio e ardente será o teu desvêlo
o vento sutil nos teus cabelos,
atrapalhará o tecer inaudito do borralho
pois é longo e desdenhoso o meu querer.

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